Debilitado, Havelange chega ao COB de bengala para demonstrar apoio a Nuzman

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Daniel Marenco/Folhapress

    Havelange na chegada ao COB nesta sexta; cartola estava recluso desde sua grave internação

    Havelange na chegada ao COB nesta sexta; cartola estava recluso desde sua grave internação

Em sua primeira aparição pública desde que foi internado em estado grave em março, João Havelange foi à sede do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), na manhã desta sexta-feira, para manifestar seu apoio a Carlos Arthur Nuzman. Membro nato e uma das 33 pessoas com direito a voto na eleição da entidade, ele retribui ao seu apadrinhado político o prestígio que recebeu dele quando foi desmascarado pela Justiça suíça há dois meses.

Havelange chegou ao COB ajudado por um jovem não identificado, caminhando com dificuldade e apoiado em uma bengala, sem falar com a imprensa. O ex-dirigente ainda se recupera de um primeiro semestre muito atribulado.

Em março, ele foi internado em um hospital no Rio de Janeiro com uma infecção no tornozelo direito, que o deixou em estado grave. Depois de 64 dias, ele recebeu alta em 21 de maio, quando se prepararia para receber, em casa, uma dura notícia.

No início de julho, a Justiça suíça determinou a divulgação dos detalhes do processo que examinou os casos de corrupção da Fifa na década de 1990. Com isso, tornou oficiais as suspeitas de que João Havelange e Ricardo Teixeira receberam propina de uma agência de marketing ligada à entidade-mor do futebol mundial.

O episódio manchou a reputação mundial do cartola. Durante os Jogos Olímpicos de Londres, autoridades brasileiras foram muito questionadas sobre a relutância delas em romper com Havelange mesmo após o escândalo. Em uma coletiva de imprensa sobre a apresentação brasileira na cerimônia de encerramento, por exemplo, o tema chegou a gerar um mal-estar quando um repórter inglês perguntou se não seria estranho que Usain Bolt tentasse o tri olímpico no estádio que nomeia um político corrupto (referindo-se ao Engenhão, que leva o nome de Havelange e sediará as competições de atletismo em 2016).

"Vou repetir o que já disse anteriormente. Nós estamos muito orgulhosos do que Havelange fez pelo esporte do Brasil e do mundo. Até onde eu sei, ele já pagou à Justiça pelo que ele fez", disse Leonardo Gryner, CEO do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de 2016. 

João Havelange
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