Jornal inglês coloca em dúvida legado de Londres 2012 para o Reino Unido
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Do UOL, em São Paulo

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    Estádio Olímpico durante a cerimônia de abertura dos jogos de 2012, em Londres

    Estádio Olímpico durante a cerimônia de abertura dos jogos de 2012, em Londres

Passada a festa é hora de avaliar o legado deixado pelas Olimpíadas de Londres de 2012 para a cidade e o país. E a análise parece ser controversa. Segundo artigo do jornalista Owen Gibson, do "The Guardian", por tudo o que se esperava e foi proclamado, a experiência pode terminar como uma decepção. Os ingleses gastaram aproximadamente 9 bilhões de libras (cerca de R$ 29 bilhões) no evento.

"Durante os jogos, houve muita conversa sobre o 'momento de ouro', de 'maximizar a janela de oportunidade', de transformar 'inspiração em participação'. O termo legado, muito usado e abusado, tem sido aplicado a tudo, até mesmo para a percepção da incapacidade do Reino Unido para competir na economia global. Mas Lorde Coe, que fez muitas das promessas em 2005 será avaliado agora", diz Gibson.

Não é apenas de medalhas ou tijolos e argamassa que o legado será medido. Para todas as medalhas e toda a alegria que eles trouxeram se finalmente deixarem de entregar o lema "inspirar uma geração", Londres 2012 será considerado uma decepção

Coe foi o presidente do Comitê Organizador de Londres 2012. O ex-atleta está produzindo um relatório que será entregue ao primeiro ministro inglês em breve, no início de 2013. Ele é bem otimista em relação aos jogos.

"Nós estamos trabalhando nesta avaliação. Temos uma boa equipe. A tarefa foi dada pelo primeiro ministro para descobrir quais foram os pilares do legado. Trabalhamos com três temas centrais: aspecto esportivo, voluntariado e promoção dos negócios britânicos no exterior", diz Coe.

Mas o "Guardian" contesta os legados nos três temas centrais analisados. O artigo aponta, por exemplo, que não houve aumento da prática esportiva entre as crianças e adolescentes do Reino Unido.

"Um terço das crianças do país saem da escola acima do peso ou obesas, e a proporção de crianças que praticam esporte por duas horas por semana caiu de 90% para 50%", argumenta  Gibson. O jornalista aponta também que houve diminuição de 13% nos gastos com esporte por parte dos governos locais de 2010-11 para 2012-13.

Outro ponto abordado no artigo é a utilização das estruturas construídas para os jogos, principalmente o Estádio Olímpico. O West Ham, que poderá assumir a arena, postergou a decisão para o próximo ano. Para receber as partidas do clube, ainda seria necessário o investimento de 160 milhões de libras (cerca de R$ 520 milhões).

"Não é apenas de medalhas ou tijolos e argamassa que o legado será medido. Para todas as medalhas e toda a alegria que eles trouxeram se finalmente deixarem de entregar o lema "inspirar uma geração", Londres 2012 será considerado uma decepção"", diz o artigo do Guardian.

 

 

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