De volta ao Brasil, COI ouvirá Rio-2016 sobre problemas em sedes de quatro modalidades
Rodrigo Mattos e Vinicius Konchinski
Do UOL, em São Paulo e no Rio de Janeiro
Em mais uma visita ao Rio de Janeiro, iniciada nesta segunda-feira, a comissão do COI (Comitê Olímpico Internacional) tem como uma das missões verificar quais serão a soluções para a sede de quatro modalidades para a Olimpíada. Explica-se: o Comitê Rio-2016 está atrasado e não definiu os locais onde serão esses esportes, a pouco mais de três anos do início do evento.
O número de modalidades ainda com dúvidas foi revelado no início do mês pelo próprio diretor-geral do Comitê Organizador dos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016, Sidney Levy, que também já reconheceu a demora em tomar uma decisão sobre o assunto.
Apesar de admitir o problema, Levy não revela quais são os quatro esportes que ainda não têm uma sede definida. O diretor do Rio-2016, assim como a assessoria de imprensa do órgão, informou somente duas modalidades, rúgbi de sete e hóquei na grama, sem locais de competição acertados. Isso já foi tema de alerta do próprio COI em visitas anteriores de membros do órgão ao Brasil.
"Da nossa perspectiva, nós vamos visitar o Rio pela comissão de coordenação, onde assuntos como o desenvolvimento de sedes vai estar na agenda, e nós vamos ter uma completa atualização do Rio do progresso até então", confirmou o porta-voz do COI, Mark Adams ao UOL Esporte.
Em relação ao rúgbi de sete, o problema surgiu porque o Vasco não apresentou garantias de reforma para o estádio São Januário, a primeira escolha para a prática do esporte. Agora, o principal candidato é o Engenhão, mas nada é certo.
"Isso está em discussão. Já temos alternativas na mesa. Falta bater o martelo", contou o secretário de alto rendimento do Ministério do Esporte, Ricardo Leyser. O Rio-2016 também só confirmou que o Engenhão é candidato, mas sem uma confirmação.
Outro esporte sem local de competição definido é o hóquei na grama. No dossiê de candidatura do Rio à sede da Olimpíada, foi informado ao COI que a modalidade seria disputada em uma arena temporária no Parque de Deodoro, na zona oeste da cidade.
Essa opção, entretanto, não agradou a federação internacional do esporte, que solicitou que as partidas fossem transferidas para uma arena no Parque Olímpico da Barra da Tijuca. O objetivo é dar maior visibilidade à modalidade.
O Comitê Rio-2016 e o governo federal, contudo, ainda insistem que a modalidade fique em Deodoro. Para convencer a federação internacional, o comitê disse que providenciaria a construção de uma arena permanente para o esporte desde que ela sirva também para abriga-lo na Rio-2016. Mas isso implicaria em maior custo para o governo federal, que fala em usar arquibancadas provisórias.
"Os campos serão permanentes, em Deodoro ou no Parque Olímpico, e serão feitos pelo governo. Mas as arquibancadas serão provisórias e construídas pelo comitê", analisou Leyser. É que instalações provisórias são tarefa do comitê, enquanto as permanentes, do governo.
Já o golfe, de acordo com o Comitê Rio-2016, tem seu local de competição definido: um campo novo na Barra da Tijuca. No entanto, a sede escolhida para a construção ainda está envolvida em um imbróglio judicial.
A empresa Elmway Participações alega ser a dona do terreno do campo e ainda briga para ter sua posse reconhecida. Para a construção do campo, no entanto, a Prefeitura do Rio fez um acordo com o empresário Pasquale Mauro, que diz ser o verdadeiro dono da área.
O Comitê Rio-2016 já informou que não se preocupa com esse assunto pois todos os acordos foram feitos com "o proprietário do terreno reconhecido no Registro Geral de Imóveis da cidade do Rio de Janeiro". O UOL Esporte apurou, porém, que no governo ainda existe certo temor com relação ao assunto.
"Para nós, a questão está resolvida. Prometeram que as construções começam em março. É essencial para o crescimento do esporte que tenhamos um campo público para mostrar que o esporte não é elitista", afirmou o presidente da Confederação Brasileira de Golfe, Paulo Pacheco. "O campo já foi referendado pela federação internacional e acredito que o problema da ligação do campo já está 100% resolvida."
O Rio-2016 informou ainda que podem haver alterações relacionadas a sedes de todos os esportes, dependendo de reivindicações e negociações com as federações internacionais. Ao se analisar o que ocorreu em Londres, isso é provável já que houve mudanças de locais de algumas modalidades. Mas os britânicos negociaram e resolveram rápido com as federações, o que impediu prejuízos a organização do evento.
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