Candidato à presidência do COI indica que Engenhão deve mudar de nome

Do UOL, em São Paulo

  • Julio Cesar Guimarães/UOL

    Estádio Olímpico João Havelange está interditado por problemas na cobertura

    Estádio Olímpico João Havelange está interditado por problemas na cobertura

O estádio João Havelange, mais conhecido como Engenhão, no Rio de Janeiro pode mudar de nome. Isso porquê Thomas Bach, atualmente vice-presidente do COI e favorito ao cargo máximo da entidade, afirmou nesta quinta-feira que as instalações esportivas usadas nas Olimpíadas devem seguir as normas éticas da entidade.

O estádio carioca, que está interditado por problemas na estrutura da cobertura, foi construído para o Pan de 2007 e  custou R$ 380 milhões será usado nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, nas competições do atletismo. 

Havelange, de 97 anos, renunciou no mês passado ao cargo de presidente de honra da Fifa após uma investigação sobre um caso de suborno envolvendo a ISL, antiga parceira de marketing da entidade máxima do futebol mundial.

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    O brasileiro João Havelange renunciou ao cargo de presidente de honra da Fifa. O anúncio foi feito pela entidade máxima do futebol. Ao renunciar, o brasileiro escapa de qualquer tipo de punição por seu envolvimento em casos de corrupção na Fifa.

"O COI está em condições de construir uma tolerância zero contra doping, corrupção e qualquer tipo de manipulação. Ficaria muito feliz em continuar com essa política para manter a credibilidade dos Jogos Olímpicos, do COI e do esporte em geral", disse Bach, que não citou nominalmente João Havelange.

Questionado se as declarações deveriam ter como consequência a mudança do nome do estádio carioca, Bach preferiu não confirmar.

"O disse claramente que deveria seguir a política ética de tolerância zero e acho que você pode tirar as suas próprias conclusões. Até agora, não temos nenhum estádio olímpico no Brasil. Haverá um em 2016 e tenho certeza que o Brasil e o comitê de organização irão respeitar todas as exigências éticas", afirmou.

A posição dele, no entanto, não é a mesma dos organizadores da Olimpíada do Rio. Chefe da operação, Leonardo Gryner chamou Havelange de um "ícone histórico no esporte brasileiro" logo após os Jogos de Londres em 2012 e que havia um grande orgulho em associar o evento ao ex-político.

Os vereadores da cidade carioca apresentaram na última quarta-feira um projeto de lei solicitando a retirada do nome do ex-presidente da Fifa João Havelange do estádio olímpico da cidade, alegando que as acusações de corrupção contra o dirigente prejudicam a imagem da cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016. A sugestão é João Saldanha, jornalista e ex-treinador da seleção brasileira.

"O nome João Havelange hoje remete a investigações de fraude e escândalos na Fifa, não faz sentido uma cidade que vai receber Copa e Olimpíada ter o nome do seu estádio com essa referência", disse em nota o vereador Renato Cinco, um dos autores do projeto ao lado de Eliomar Coelho e Paulo Pinheiro, todos do PSOL.

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