O governo do Rio de Janeiro agendou para sexta-feira, às 7h da manhã, uma reunião definitiva sobre o futuro do Estádio de Atletismo Célio de Barros. A demolição do espaço, que já estava programada, será confirmada ou cancelada após um encontro entre representantes da Farj (Federação de Atletismo do Rio de Janeiro), prefeitura e do próprio Estado e da nova administradora do complexo esportivo do Maracanã.

A reunião foi marcada após um encontro realizado nesta quarta-feira, na sede do governo do Rio, o Palácio Guanabara. Conforme havia sido anunciado na segunda-feira pelo governador Sérgio Cabral, ele mesmo recebeu o presidente da Farj, Carlos Lancetta, para reavaliar a demolição do Célio de Barros, a qual está programada para acontecer até a Copa do Mundo de 2014.

Diferentemente do que o governador informou na segunda, a Farj não concorda com a derrubada do estádio de atletismo. De acordo com Lancetta, a construção de uma nova pista, mais moderna, nos arredores do Maracanã não substitui o Célio de Barros, como disse Cabral. Para a Farj, o Célio de Barros é muito importante para a história esporte nacional.

Esse argumento foi apresentado a Cabral no encontro desta quarta. O governador discutiu por cerca de três horas a situação do Célio de Barros com Lancetta.

O presidente da Farj levou ao governador uma carta assinada pelo campeão olímpico Joaquim Cruz pedindo a manutenção do estádio de atletismo. Lancetta afirmou que o governador ficou bastante sensibilizado. Para ele, a possibilidade de manutenção do estádio de atletismo na área do complexo esportivo do Maracanã é real.

"O Célio de Barros é um templo do Atletismo. Ele está para o esporte assim como o Maracanã está para o futebol.", afirmou Lancetta, que chegou a chorar durante a entrevista concedida após o encontro com o governador.

Após o encontro, Cabral não conversou com jornalistas. O secretário de Esportes, André Lazaroni, o representou e defendeu a manutenção do estádio. "Eu sou favorável", disse.

Lazaroni, entretanto, não quis antecipar decisões. Disse que o governo está ouvindo os atletas e federações. Portanto, encontrará a melhor solução para o esporte.

Na segunda-feira, Cabral anunciou o cancelamento da demolição do Parque Aquático Julio Delamare, que também aconteceria antes da Copa. Assim como no caso do Célio de Barros, a intervenção também estava prevista na licitação do Maracanã, o qual foi repassado à iniciativa privada neste mês.

Ainda não foi definido como o contrato com a empresa Complexo Maracanã Entretenimento SA, concessionária do estádio, será adaptado às mudanças do projeto de privatização.