Consórcio 'esquece' Maracanãzinho e deixa ginásio sob gestão do governo

Rodrigo Paradella e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Luiz Doro/Adorofoto

    Reformado em 2007, o Maracanãzinho será a casa do vôlei nas Jogos Olímpicos de 2016

    Reformado em 2007, o Maracanãzinho será a casa do vôlei nas Jogos Olímpicos de 2016

Enquanto mostra esforços para melhorar a operação no Maracanã, o consórcio que administra o estádio "esquece" o Maracanãzinho. Durante o Mundial de Judô disputado no local a partir desta segunda-feira, o ginásio ainda estará sob o comando da Suderj (Superintendência de Desportos Estado do Rio de Janeiro), órgão do governo estadual. Contratualmente, a concessionária está com a arena desde o dia 9 de julho, mesma data em que assumiu o estádio.

Apesar de ter o direito legal de organizar eventos no ginásio há 45 dias, o consórcio deixou a operação do Maracanãzinho provisoriamente com a Suderj, como no caso do Mundial de Judô. Não existe uma data acertada entre governo e empresa para que a transferência da gestão do espaço aconteça de forma definitiva.

Segundo a concessionária e a Suderj, o trato informal deixa sob o comando do órgão estatal a realização dos eventos acertados antes da privatização. A Maracanã S/A participou da organização do Mundial de Judô apenas indiretamente, cedendo espaços do estádio para filmagem de vídeos promocionais do evento, por exemplo.

Apesar do trato entre Maracanã S/A e Suderj, o edital da concessão não prevê uma transferência parcial do ginásio ao consórcio. Legalmente, o local está sob o poder da concessionária desde o dia 9 de julho, o que envolve também os contratos assinados previamente pelo governo do Rio.

O consórcio não teve nem mesmo participação financeira pela realização do Mundial. Como o contrato havia sido assinado anteriormente, governo e Maracanã S/A decidiram que o custos e receitas referentes ao evento ficariam por conta da Suderj, sem qualquer interferência da concessionária.

Sem ter assumido o Maracanãzinho até agora, o consórcio pode nem mesmo botar as mãos no ginásio. Tudo porque a Maracanã S/A ainda apresentará ao governo estadual um plano de negócios após as mudanças na concessão promovidas por Sérgio Cabral. Existe a possibilidade do ginásio e do estádio voltarem a ter uma administração estatal.

Relegado a segundo plano nos primeiros dias da concessão, o Maracanãzinho terá papel importante nas Olímpiadas de 2016, no Rio de Janeiro. O ginásio receberá os jogos de vôlei no evento internacional.

Confira as notas da Maracanã S/A e do Governo do Rio sobre a questão:

Maracanã S/A

"O Maracanãzinho, desde 9 de julho, assim como o Maracanã, está contratualmente sob a responsabilidade da concessionária Complexo Maracanã Entretenimento S.A.  Os eventos agendados previamente estão sendo realizados pelos próprios promotores que pagam aluguel de acordo com contratos já assinados. Acordamos com a Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (SUDERJ) que, como alguns contratos são anteriores à nossa gestão, a própria Suderj lideraria alguns desses eventos enquanto fazemos a transferência total das instalações e da administração desses eventos para a concessionária"

Suderj

"O Maracanãzinho, desde 9 de julho, assim como o Maracanã, está contratualmente (Contrato de Parceria Público-Privada 27/2013) sob a responsabilidade da concessionária Complexo Maracanã Entretenimento S.A. Acordamos com a concessionária que auxiliaríamos na realização de alguns eventos agendados antes do início da concessão, até que a transferência total das instalações e da administração seja processada"

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