Rio precisa se comunicar para evitar protestos, diz novo presidente do COI

Rodrigo Mattos

Do UOL, em Buenos Aires (Argentina)

  • EFE/Enrique Garcia Medina

    Thomas Bach foi eleito para um mandato de oito anos na presidência do COI

    Thomas Bach foi eleito para um mandato de oito anos na presidência do COI

Os Jogos do Rio-2016 precisam de uma melhor comunicação com a população para explicar seus benefícios, o que evitaria protestos como os ocorridos na Copa das Confederações. Essa é a avaliação do novo presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, eleito nesta terça-feira em Buenos Aires por ampla maioria para substituir Jacques Rogge. Comandante do COI pelos próximos oito anos, ele não quis falar sobre detalhes da preparação da cidade carioca para a Olimpíada, repetindo um discurso político de otimismo em relação ao evento.

"Estive acompanhando (aos protestos na Copa da Confederações). Acho que o governo, o Comitê Rio-2016 e o COI têm que se comunicar melhor com a população sobre os Jogos. Tem que deixar claro que haverá casas com custo mais acessível e infraestrutura para transporte. As pessoas têm que identificar esses benefícios e vamos estabelecer um diálogo", afirmou o dirigente alemão. Para ele, um exemplo a ser seguido é o de Londres-2012, em que houve várias críticas iniciais a competição, mas que, depois, a população abraçou o evento.

As casas mencionadas pelo alemão são apartamentos da Vila Olímpica, que não devem ter preços acessíveis para população mais pobre. Em relação à infraestrutura de transporte, há, de fato, projetos grandes em construção, como a Transcarioca (corredor de ônibus) e o metrô da linha quatro até a Barra da Tijuca. A questão é o próprio comitê internacional ainda não tem certeza de que esse metrô ficará pronto até a Olimpíada-2016 pois seu prazo é bem apertado.

Bach esteve em uma comissão de avaliação do COI que eliminou o Rio na corrida de 2004. Agora, como presidente, evitou como presidente responder perguntas específicas sobre o andamento dos preparativos dos Jogos, que estão atrasados, como mostram relatórios recentes do comitê internacional. Tentou passar uma imagem de otimismo.

"Estou muito otimista com os Jogos do Rio. Vamos com certeza ter bons Jogos", disse ele.

A sua posição de pedir ao Rio de Janeiro um melhor diálogo com a população já fora expressa antes da eleição. E também foi uma exigência de membros do COI durante a apresentação do Comitê Rio-2016, no domingo, em Buenos Aires. Há um novo diretor de comunicação no Rio-2016, Mário Andrada. Seu desafio será aproximar a mensagem do comitê com a população. O problema é que, em quatro dias de congresso em Buenos Aires, o presidente do organismo, Carlos Arthur Nuzman, só deu uma entrevista de cinco minutos, recusando seguidos contatos dos jornalistas brasileiros.

"O Rio 2016 calorosamente parabeniza Thomas Bach por sua eleição à presidência do Comitê Olímpico Internacional (COI) na 125ª Sessão do COI em Buenos Aires hoje. Esperamos nos beneficiar de sua liderança, comando e vasta experiência para seguir trabalhando em parceria com o COI em nossa jornada para receber os primeiros Jogos da América do Sul, em três anos", disse Nuzman, brevemente.
 

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