Morador de Tóquio pode perder casa para as Olimpíadas pela segunda vez

Da AFP

Em Tóquio (Japão)

  • AFP PHOTO / POOL / FABRICE COFFRINI

    Tóquio foi eleita como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2020 após derrotar Istambul e Madri

    Tóquio foi eleita como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2020 após derrotar Istambul e Madri

A cidade de Tóquio fez festa após ser escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2020, no último dia 7 de setembro, na Argentina. Mas para Kohei Jinno, o clima não era de alegria. O japonês corre o risco de perder o terreno onde fica sua casa para construções que estão no projeto das Olimpíadas. O pior para ele é que esta é a segunda vez que isso acontece.

Há quase 50 anos, Tóquio recebeu a Olimpíada pela primeira vez, nos Jogos de 1964. Naquela ocasião, a casa e o comércio de Jinno ficavam em uma área que seria utilizada para a construção do parque que ficaria em volta do Estádio Olímpico. As duas propriedades do japonês foram destruídas.

Desta vez, o problema é que o Estádio Olímpico de Tóquio será reconstruído e terá sua capacidade ampliada para 80 mil espectadores. Jinno estabeleceu sua casa e comércio em um local bem próximo, onde está desde 1966, dois anos após a primeira edição das Olimpíadas na capital japonesa. A loja de tabaco de Jinno fica em um mercado no bairro de Kasumigaoka, onde cerca de 200 casas e estabelecimentos precisarão ser demolidas.

A cidade de Tóquio já ofereceu três opções para os moradores e comerciantes se estabelecerem com as obras olímpicas. O problema, para Jinno, é que ele não sabe se poderá comercializar tabaco no novo local. "É possível que eu vá a algum lugar onde seja impossível vender tabaco. Neste caso, eu perderia minha razão de viver", lamenta.

Jinno criticou ainda o dinheiro que será gasto na realização dos Jogos Olímpicos. Para ele, o investimento seria muito mais necessário nas áreas afetadas pelo tsunami de 2011. O governo da cidade de Tóquio, por sua vez, diz que as Olimpíadas vão representar o ressurgimento do país após a catástrofe, assim como os Jogos de 1964 foram um renascimento do país após a Segunda Guerra Mundial, na qual o Japão foi devastado após a derrota das tropas do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) diante das Forças Aliadas (Estados Unidos, União Soviética, Reino Unido e França).

A capital japonesa prevê gastar cerca de 3 bilhões de euros (cerca de 9 bilhões de reais) na construção dos locais de competição, Vila Olímpica, e centros de imprensa. Dos 35 lugares de provas, 20 serão construídos do zero, a maior parte de frente para o mar, para esportes como natação, basquete e hóquei sobre a grama. Há ainda a expectativa de um gasto de 4 bilhões de euros (12 bilhões de reais) com construção e reformas em estradas. 

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