Licitação de 'obra modelo' da Rio-2016 fracassa e abre impasse

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Divulgação/EOM

    Desenho mostra como deve ficar Arena de Handebol, cuja licitação fracassou

    Desenho mostra como deve ficar Arena de Handebol, cuja licitação fracassou

A "obra modelo" da Olimpíada do Rio virou um problema para a organização dos Jogos. Isso porque a prefeitura não conseguiu encontrar uma empresa apta a tocar o projeto de construção da Arena de Handebol da Rio-2016. A obra foi apresentada pela administração municipal como um exemplo de legado do evento. Após as competições olímpicas, a arena seria convertida em quatro escolas públicas. Apesar disso tudo, sua licitação fracassou e criou um impasse. Hoje, não se sabe quem nem como o ginásio será construído.

A concorrência pública para a construção do espaço foi lançada pela RioUrbe (Empresa Municipal de Urbanização) em novembro do ano passado. O projeto licitado previa a montagem do equipamento, desmontagem e a divisão das peças da arena para a construção das quatro escolas municipais. Por todo o trabalho, a prefeitura se propôs a pagar até R$ 178 milhões.

O valor e as exigências do projeto não agradaram empreiteiras. Tanto é assim que só uma construtora, a Sanerio, registrou seu interesse pela obra.

A Sanerio, contudo, está em crise. A empresa perdeu a capacidade de pagar suas dívidas e entrou num processo de recuperação judicial para evitar sua falência.

A companhia, então, não conseguiu cumprir os requisitos mínimos exigidos pela prefeitura para tocar a obra. Por isso, a licitação para a construção da arena foi encerrada na quinta-feira sem uma empresa vencedora.

A construção da Arena de Handebol é essencial para a realização da Rio-2016. A Prefeitura do Rio de Janeiro, porém, não sabe o que vai fazer para conseguir tocar a obra.

Legalmente, existem três opções. A administração municipal informou na quinta que ainda não tomou sua decisão.

A primeira opção seria lançar uma nova licitação. Neste caso, o projeto da arena poderia até ser alterado. Essa opção, contudo, não agrada a prefeitura porque a administração municipal já pagou pela elaboração do projeto licitado e ainda insiste na ideia de transformar o ginásio de handebol em escolas. Mudar tudo a essa altura, também poderia atrasar o cronograma de obras, que já não é tão flexível.

A segunda opção seria manter o projeto e os requisitos da licitação, mas aumentar o preço máximo da obra (R$ 178 milhões). Propondo-se a pagar mais, a prefeitura tende a atrair mais empresas interessadas. O ponto negativo nesta segunda opção é que teria de ser aberto novamente o período para interessados apresentarem documentos e propostas. Novamente, o prazo poderia ser comprometido.

Por último, a prefeitura poderia decidir contratar diretamente, sem concorrência, uma empresa para fazer a obra. Neste caso, o contrato deveria ser até R$ 178 milhões. Essa opção seria a solução mais rápida.

Não há uma data limite para que a prefeitura anuncie sua decisão. De acordo com a Matriz de Responsabilidades da Olimpíada, a Arena de Handebol deve começar a ser construída no segundo trimestre deste ano. A obra tem que estar pronta em 2015.

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