O governo federal autorizou o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) a liberar R$ 2,8 bilhões em financiamentos para projetos dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. De acordo com resolução do CMN (Conselho Monetário Nacional) publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (31), deliberada no dia 27, as operações de crédito para obras de infraestrutura estão liberadas a partir desta segunda-feira.

Com isso, Prefeitura do Rio de Janeiro e governo estadual podem utilizar o dinheiro para obras necessárias à realização do evento, que começa daqui a dois anos. Isso não significa que o montante será gasto, mas esta é a soma disponível no momento para empréstimos. 

Procurado, o BNDES informou esses recursos já fazem parte do caixa do banco. Eles podem ser liberados a Estado ou município conforme os projetos olímpicos forem apresentados à instituição. Segundo o banco, o financiamento deve ser destinado a obras de mobilidade.

A lista de todas as obras que serão feitas no Rio de Janeiro para a Olimpíada ainda não foi divulgada. Em janeiro, a APO (Autoridade Pública Olímpica) lançou a Matriz de Responsabilidades da Olimpíada (lista de projetos tidos com essenciais à realização dos jogos) com 52 itens de estrutura esportiva, energética e de hospedagem. Nessa lista, entretanto, mais da metade dos projetos não tinham um orçamento definido. Do total, 24 iniciativas estavam orçadas em R$ 5,6 bilhões.

Na Matriz de Responsabilidades, não foram informados investimentos em mobilidade e em aeroportos prometidos para os Jogos. A lista desses projetos deveria ter sido apresentada neste mês também pela APO, mas isso não ocorreu. Por falta dela e pelo fato de a Matriz de Responsabilidade estar incompleta, ainda não se sabe quanto custará a Olimpíada do Rio.

Apesar de tudo isso, alguns projetos para a Olimpíada ainda não incluídos na lista oficial de obras olímpicas já estão sendo tocados no Rio. O BNDES, inclusive, vem apoiando com empréstimos a realização de algumas obras. A construção da linha 4 do metrô do Rio, por exemplo, deve receber R$ 6 bilhões em empréstimos do banco. Esse valor já foi acordado entre governo do estado e banco. Não está incluído, portanto, nos R$ 2,8 bilhões recém-liberados.