COI cria plano para 'salvar' Rio-2016 e põe equipe para monitorar obras

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Alan Marques/ Folhapress

    Presidente do COI, Thomas Bach, reuniu-se em janeiro com Dilma para falar sobre a Rio-2016

    Presidente do COI, Thomas Bach, reuniu-se em janeiro com Dilma para falar sobre a Rio-2016

Após duras críticas de federações esportivas sobre a preparação do Rio de Janeiro para a Olimpíada de 2016, o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, foi a público nesta quinta-feira anunciar um plano para acelerar a organização da Rio-2016. Em entrevista coletiva concedida em Belek, na Turquia, Bach disse que o COI vai passar a fazer visitas mais frequentes ao Brasil para monitorar as obras olímpicas e enviará seus próprios profissionais para trabalhar nos projetos.

As duas medidas já foram comunicadas ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio-2016 e a Prefeitura do Rio de Janeiro, as duas instituições brasileiras mais envolvidas com a organização da Olimpíada. Elas já fazem parte do novo plano de trabalho do COI relacionado à próxima edição dos Jogos Olímpicos. Segundo Bach, o plano COI foi bem recebido por ambos os órgãos e, já na próxima semana, ele começa a ser posto em prática.

"As medidas não são uma imposição do COI. É uma forma de ajudar. A ideia foi bem recebida pela prefeito e o comitê organizador",disse Bach. "Queremos trabalhar ainda mais perto do governo e do comitê."

Segundo Bach, até para que o relacionamento dos organizadores da Olimpíada seja intensificado, será criado um grupo de "alto nível" para discussão da organização do evento. Esse grupo vai reunir membros do comitê organizador, mas também de todos os níveis de governo. As federações esportivas, que criticaram fortemente a preparação do Rio para os Jogos, também serão chamadas a colaborar mais com a organização da Olimpíada.

Já na segunda-feira, o diretor executivo do COI para Jogos Olímpicos, Gilbert Felli, voltará ao Rio para uma reunião com brasileiros para dar início ao novo plano de trabalho. Felli esteve no Brasil há cerca de 15 dias. Na sua volta estava prevista só para o segundo semestre, mas foi antecipada.

O presidente do Bach ratificou a preocupação do COI com o andamento da preparação olímpica. Contudo, evitou apontar as causas dos problemas ou menos os culpados por eles. "Compartilhamos as preocupações. Não temos mais que falar sobre o passado. Temos que pensar no futuro."

Na entrevista, Bach ainda foi questionado por um jornalista se ele poderia garantir que os Jogos Olímpicos de 2016 seriam realizados no Rio. O presidente do COI não falou em garantias, mas disse que o comitê crê em sucesso. "Faremos o possível para que os Jogos sejam bem-sucedidos", afirmou.

Críticas e comprometimento

As críticas sobre a preparação do Rio para a Olimpíada surgiram numa convenção de federações internacionais de esportes olímpicos realizada na Turquia. Na terça-feira, O italiano Francesco Ricci Bitti, presidente da Federação Internacional de tênis e membro da Comissão de Coordenação da Rio-2016, chegou a dizer que era preciso pensar em um "plano B".

O presidente do COI respondeu ainda na quarta-feira e disse que qualquer discussão sobre mudanças era prematura. Já o Comitê Organizador Rio-2016 emitiu uma nota oficial sobre as queixas das federações. Leia a íntegra abaixo:

"Ouvimos com atenção os comentários feitos na Turquia pelas Federações Esportivas Internacionais. Levamos suas preocupações em consideração. O diálogo é constante entre o Rio 2016 e todos os nossos parceiros. Trabalhar em equipe é a melhor e a única maneira de avançar. Conversamos com o Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) hoje. O compromisso de trabalhar em conjunto foi renovado. Esse é o espírito de parceria que valorizamos. Temos plena consciência das questões que precisam ser resolvidas. Estamos gratos pela contribuição de todas as partes envolvidas. Progresso foi feito nas últimas duas semanas desde a visita da Comissão de Coordenação do COI para o Rio 2016. Avançamos a cada dia. Não temos absolutamente nenhuma dúvida de que o Rio vai realizar grandes Jogos."

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RIO-2016 JÁ CUSTÁ R$ 29,2 BI E SUPERA ESTIMATIVA DA CANDIDATURA

  • Faltam três anos para o início da Olimpíada de 2016, e o evento ainda não tem um orçamento oficial. O que já se sabe, contudo, é que os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro custarão mais do que o informado no dossiê de candidatura da capital fluminense à sede do megaevento.

  • Apesar de uma boa parte das obras necessárias para a Rio-2016 não ter um custo definido, os projetos relacionados ao evento que já têm, no mínimo, um orçamento inicial custarão R$ 29,2 bilhões. Em 2008, o comitê de candidatura do Rio à cidade-sede da Olimpíada estimou que R$ 28,8 bilhões fossem necessários para a preparação para os Jogos.

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