Governo assume obra de Eike e vai sanear Marina da Glória para Rio-2016

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

  • Júlio César Guimarães/UOL

    Marina da Glória será ponto de apoio das competições de vela nas Olimpíadas

    Marina da Glória será ponto de apoio das competições de vela nas Olimpíadas

O governo do Rio de Janeiro assumiu oficialmente nesta terça-feira a responsabilidade pela obra de construção de um cinturão para coleta de esgoto ao redor da Marina da Glória, um dos locais das competições de vela da Olimpíada de 2016. O projeto, que seria inicialmente pago pelo empresário Eike Batista, será levado adiante pela companhia estatal de saneamento básico do Rio, a Cedae.

A obra custará R$ 14 milhões, será iniciada na semana que vem e integra o esforço do governamental para a limpeza da Baía de Guanabara visando aos Jogos Olímpicos. A expectativa é que ela esteja pronta em setembro de 2015, cerca de um ano antes do início do evento (5 de agosto de 2016).

Segundo o presidente da Cedae, Wagner Victer, quando o cinturão para coleta do esgoto estiver pronto, o único local de competições olímpicas dentro da baía que ainda tem águas impróprias estará apto a receber os atletas.

"Durante o evento-teste da vela [realizado em agosto], as raias de competição da baía apresentaram águas dentro dos padrões internacionais. Faltava só a Marina da Glória [o estacionamento dos barcos]. Vamos resolver."

Victer participou nesta tarde de um evento para o lançamento das obras na marina. Ele mesmo afirmou que a construção do cinturão de coleta de esgoto era uma promessa de Eike Batista, a quem ele classificou como um "amigo pessoal". "O Eike ia fazer, mas ele teve um problema e nós assumimos", afirmou.

"A Cedae não tinha dinheiro para fazer essa obra na marina", complementou Victer, da Cedae. "Se não fosse por uma determinação do ex-governador Sergio Cabral e do governador Luiz Fernando Pezão, não faríamos."

Eike, na verdade, tinha um plano para administrar a Marina da Glória. Nesse plano, havia um projeto de reforma do espaço. A concessão do espaço ao empresário acabou contestada na Justiça e foi cancelada.

Limpeza da baía

Victer ainda falou de outros projetos do governo para a limpeza da Baía de Guanabara. Segundo ele, apesar de o Estado ter prometido investir só R$ 114,8 milhões na despoluição do espaço até agora (valor incluído no Plano de Legados da Rio-2016), esse valor deve superar os R$ 2,5 bilhões.

"Temos mais de R$ 2 bilhões em projetos aprovados", afirmou na entrevista coletiva. "Vamos ter um índice de tratamento de esgoto superior a 80%."

Os 80% tratamento é um compromisso assumido pelo governo do Rio com o COI (Comitê Olímpico Internacional). De acordo com o secretário-chefe da Casa Civil do Estado do Rio de Janeiro, Leonardo Espíndola, atualmente, o índice de tratamento do esgoto que acaba sendo despejado na baía é de 60%. "Em 2007, eram 15%", disse ele.

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