Piscinas temporárias da Olimpíada do Rio em 2016 custarão R$ 226 milhões

Aiuri Rebello e Tiago Dantas

Do UOL, em São Paulo

  • Julio César Guimarães/UOL

    Parque Aquático Julio Delamare: local quase foi demolido este ano, mas governo voltou atrás após pressão popular

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A Prefeitura do Rio de Janeiro lançou nesta sexta-feira (27) a licitação para construção do Centro Olímpico de Esportes Aquáticos dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. A estrutura temporária custará R$ 226 milhões. Para fim de comparação, o Parque Aquático Maria Lenk, estrutura permanente erguida na capital fluminense para receber os Jogos Panamericanos de 2007, custou R$ 80 milhões à época. O outro complexo aquático público da cidade, o Parque Aquático Júlio Delamare, no complexo do Maracanã, foi inaugurado em 1978 e reformado em 2007, também para os jogos panamericanos, por R$ 10 milhões.

Nenhum dos dois parques aquáticos está dentro dos padrões olímpicos, e daí a necessidade de construir uma terceira estrutura, com mais piscinas e maior que as existentes. O Centro Aquático da Olimpíada de Londres, em 2012, custou pelo menos R$ 700 milhões na época da construção. As piscinas do complexo aquático e 2,5 mil dos 17,5 mil lugares da arquibancada são parte de uma estrutura fixa. Arquibancadas provisórias com 15 mil lugares foram desmontadas depois dos jogos olímpicos.

De acordo com a Secretaria de Obras do Rio de Janeiro, a opção por uma estrutura temporária se deve pela existência dos dois outros parques aquáticos, já que a cidade não teria uso para um terceiro complexo de piscinas. "A opção por construir uma instalação temporária se deve ao fato de o Rio de Janeiro já ter dois parques aquáticos, o Maria Lenk e o Julio Delamare, com capacidade para receber eventos nacionais e internacionais", afirma a Secretaria de Obras na nota enviada ao UOL Esporte. "Como não há demanda para outro parque aquático na cidade, a melhor opção custo-benefício foi construir uma instalação temporária para natação e finais de polo aquático, pois ao longo da vida útil de um equipamento esportivo permanente 60% dos investimentos são em manutenção", completa o comunicado.

Polêmica

O Júlio Delamare foi reaberto em outubro. No início do ano, o parque foi fechado e seria demolido, para dar lugar a edifícios de apoio e estacionamento no Complexo do Maracanã após a reforma. Em maio, a Justiça suspendeu a demolição e, após forte pressão popular e de atletas que treinam no local, o governo do RJ desistiu de demolir o local, que é tombado como patrimônio histórico da cidade.

O centro aquático provisório da Olimpíada de 2016 terá capacidade para 18 mil espectadores, com duas piscinas olímpicas (uma de competição e outra de aquecimento) e infraestrutura para receber construções complementares temporárias como a cobertura do local. As piscinas terão estruturas metálicas modulares desmontáveis e reaproveitáveis, e receberão as competições de natação olímpica e paralímpica, além da fase final da competição de polo aquático.

O vencedor da licitação do Centro Aquático será responsável pela construção e operação da arena pelo período de 11 meses. As obras de construção estão orçadas em cerca de R$ 218 milhões e aproximadamente R$ 8 milhões devem ser investidos em operação e manutenção. A obra é financiada pelo governo federal por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), repassados pela Caixa Econômica Federal para a cidade do Rio de Janeiro. A previsão de início dos trabalhos é no primeiro trimestre de 2014, e a entrega está prevista para o primeiro trimestre de 2016.

De acordo com a Secretaria de Obras, parte da estrutura temporária deve ser reaproveitada em outro local. "O Centro Aquático foi concebido prevendo máximo aproveitamento possível dos elementos que compõem a construção. O Ministério do Esporte apresentará o projeto do legado em 2014, que deverá prever, entre outras ações, a desmontagem e remontagem das piscinas olímpicas de competição e de aquecimento", diz a nota enviada ao UOL Esporte.

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