Provedora de ingressos da Rio-2016 é suspeita de suborno na Copa-2006
Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
A empresa contratada pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio-2016 para administrar a venda de ingressos do evento virou alvo de uma investigação sobre irregularidades na comercialização de entradas da Copa do Mundo de 2006, realizada na Alemanha. A Promotoria de Munique suspeita que a companhia CTS Eventim tenha subornado um funcionário do Comitê Organizador do Mundial para trabalhar para o órgão e ainda desviado 52 mil bilhetes do torneio para que eles fossem vendidos por cambistas.
A promotoria, aliás, abriu um inquérito para apurar as possíveis ilegalidades. O órgão confirmou na segunda-feira que está investigando a CTS Eventim. Não informou o nome dos investigados porque inquérito ainda está em andamento.
A CTS Eventim é uma empresa da Alemanha, mas atua em vários lugares do mundo. Além de ter trabalhado na Copa de 2006, atuou na venda de ingressos dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno Turim 2006 e de Sochi 2014.
No mês passado, firmou uma parceria com os organizadores da Olimpíada do Rio de Janeiro. Passou a ser responsável pelo sistema de venda de ingressos dos Jogos via internet, pelo call center para venda dos bilhetes e também pelas bilheterias físicas. O site para venda de ingressos será aberto para cadastro de interessados já no mês que vem.
Procurado, o comitê informou que acompanha os desdobramentos da investigação alemã sobre a atuação da CTS Eventim na Copa de 2006. O órgão ressaltou que por ora não vai romper qualquer acordo feito com a empresa alemã já que, até agora, nada foi oficialmente comprovado sobre as suspeitas investigadas pelos promotores de Munique.
O Comitê declarou ainda que a Eventim venceu uma concorrência para prestar serviços à organização da Olimpíada. Depois, assinou um contrato com o comitê. Por esse contrato, a atuação da companhia na venda de ingressos será sempre monitorada funcionários do órgão para que qualquer possível irregularidade seja coibida.
Na Copa do Mundo de 2014, a Polícia Civil do Rio de Janeiro acusou a Match Hospitality, empresa terceirizada da Fifa, de revenda ilegal de ingressos. Um dos diretores da empresa britânico Raymond Whelan chegou a ser preso.
A Match Hospitality foi a empresa escolhida pela Fifa para oferecer os ingressos do Mundial em pacotes reservados por empresas e para operar as acomodações hoteleiras para os jogadores das diferentes seleções e os dirigentes da entidade.
Os membros da organização investigada estavam com ingressos que pertenciam a dirigentes de diversos países, confederações e empresas que tinham comprado pacotes. Essas entradas eram vendidas por preços muito superiores aos estabelecidos pela Fifa, como a Polícia Civil confirmou em escutas telefônicas.
Os ingressos eram administrados pelo empresário franco-argelino Mahamadou Lamine Fofana, que também chegou a ser detido. Em seu telefone celular foram identificados dezenas de ligações para integrantes da Match Hospitality.
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