Crise financeira 'tempera' duelo entre Alemanha e Grécia nas quartas da Euro-12

Do UOL, em São Paulo

22/06/201206h01

Lindasy Parnaby/EFE

Alemanha, do goleador Mario Gómez, tenta evitar que zebra grega passeie em Gdansk

Alemanha e Grécia entram em campo nesta sexta-feira pelas quartas de final da Eurocopa-2012 em um jogo marcado pelo lado político. A crise financeira que assola a Europa, em especial os gregos, tornou-se pano de fundo da partida em Gdansk (Polônia).

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A polêmica entre os dois países no campo político e econômico começou quando a chanceler alemã Angela Merkel defendeu a adoção de medidas de austeridade fiscal na Grécia. Em troca, o país receberia apoio para reduzir sua dívida e amenizar sua grave crise. Os planos de Merkel não foram bem aceitos pela população grega e uma série de protestos tomou conta da nação.

Para Joachim Löw, treinador da seleção alemã, as questões extracampo não influenciarão a partida desta sexta. "Merkel e a seleção estão acertados. Chegamos a um acordo no qual ela não interfere nas minhas instruções táticas e, em troca, não lido com a sua agenda política. Até onde sei, estamos às vésperas de um jogo como qualquer outro e ponto final", disse, irritado.

A Alemanha é a única seleção com 100% de aproveitamento na Euro-12. A equipe reforçou sua condição de favorita ao vencer seus três jogos no "grupo da morte" contra Portugal, Holanda e Dinamarca. A Grécia, que só se classificou na última rodada ao vencer a Rússia por 1 a 0, vai a campo como zebra.

O vencedor deste jogo encara na semifinal, no dia 28, Inglaterra ou Itália, que se enfrentam neste domingo.

Alemanha e Grécia se enfrentam às 15h45 (horário de Brasília), com transmissão ao vivo do Sportv e da Bandeirantes e acompanhamento do Placar UOL Esporte.

MERKEL VAI À POLÔNIA PARA ACOMPANHAR A PARTIDA

A chanceler alemã confirmou presença em um dos camarotes da Arena Gdansk para assistir à partida contra a Grécia. Convidada por Donald Tusk, primeiro-ministro polonês, Merkel verá a Alemanha pela primeira vez na Euro-12. Na primeira fase, a equipe atuou na Ucrânia; a governante havia anunciado que não viajaria ao país por discordar de seu regime político – e pela prisão da ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko, acusada de abuso de poder. A visita à Polônia pode render uma reunião entre ela e Antonis Samaras, novo premiê grego.
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LEITURA LABIAL PREOCUPA LÖW, QUE PROMETE EVITAR PALAVRÕES

Joachim Löw parece atrair as câmeras nos momentos mais inoportunos. O técnico da seleção alemã já foi flagrado "limpando o salão" e, agora, vive um novo problema. A torcedora Julia Probst está bem atenta ao treinador, principalmente no que ele diz no banco de reservas. Especialista em leitura labial, ela anota tudo o que Löw e os jogadores falam em campo quando a câmera se aproxima deles e publica tudo no Twitter – e os diálogos nem sempre primam pela educação. "Falei alguns bons palavrões, admito. Por isso, terei que tomar cuidado e ficar mais atento com isso no futuro", reconheceu o técnico.
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COINCIDÊNCIAS ANIMAM A GRÉCIA

A Grécia parece não se incomodar com o papel de zebra diante da Alemanha. Em 2004, quando surpreendeu ao conquistar o título da Eurocopa, também foi assim. As duas campanhas se assemelham: assim como na Euro-12, os gregos se classificaram às quartas em 2004 na segunda posição de seu grupo e levando a melhor sobre o terceiro nos critérios de desempate. "É bom não esquecer que a Alemanha não é só favorita nesta partida, mas também à conquista do Euro-12", disse o treinador Fernando Santos, jogando a responsabilidade para os adversários.

ALEMÃES PREOCUPADOS COM ZEBRA

Os jogadores da seleção alemã nem querem ouvir na possibilidade de voltar para casa mais cedo. "Estamos bem orientados e a palavra eliminação não faz parte do nosso vocabulário. Seria uma grande decepção, sem dúvida", disse Thomas Müller. Sami Khedira pregou respeito aos gregos. "Só pensamos na Grécia. Eles têm uma boa equipe, mas as pessoas os subestimam. A intensidade do jogo será maior. Deixamos muitos espaços na defesa e no meio de campo nas outras partidas. Precisamos ser mais inteligentes", analisou.