Faltam quatro anos para a Olimpíada de 2016, mas o Rio de Janeiro já tem o que ensinar às cidades candidatas a sede de outros Jogos Olímpicos. Tanto é assim que representantes de Istambul, Madri e Tóquio estão na capital fluminense buscando informações para melhorar seus projetos de candidatura a cidade-sede da Olimpíada de 2020.

Desde sábado, membros dos comitês de candidatura das cidades da Turquia, Espanha e Japão participam de um congresso sobre a preparação de uma Olimpíada promovido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) no Rio de Janeiro. Durante o evento, alguns também aproveitam a viagem para visitar obras e conhecer os projetos cariocas para os Jogos de 2016.

"Vocês têm um projeto fantástico de Olimpíada", disse o presidente do comitê de candidatura de Istambul, Hasan Arat, sobre o projeto do Rio para os Jogos de 2016. "A Turquia tem muitas semelhanças com o Brasil. Esperamos ser sede da Olimpíada como vocês serão."

Segundo Arat, Istambul aposta na sua história e localização para receber os Jogos de 2020. A cidade foi fundada há cerca de 8 mil anos, foi parte de impérios antigos, mas nunca recebeu uma edição da Olimpíada. Istambul também fica na fronteira entre a Europa e a Ásia, o que tende a facilitar o acesso de turistas e atletas aos Jogos de 2020.

"Istambul pode fazer uma competição, em uma cidade, em dois continentes", disse Arat. "Temos uma economia em crescimento. O governo já se comprometeu a financiar tudo para a Olimpíada. Já estamos investindo US$ 2 bilhões por ano em infraestrutura mesmo sem os Jogos."

Madri perdeu a chance de sediar os Jogos Olímpicos de 2016 para Rio de Janeiro, mas disse estar mais bem preparada para 2020. Theresa Zabell, chefe de Relações Internacionais do comitê de candidatura da capital espanhola, afirmou que a cidade está 80% pronta para os Jogos de 2020.

"Uma das nossas maiores vantagens é que estamos preparados hoje. Não precisamos fazer grandes coisas até 2020", afirmou ela. "Nosso comitê também é controlado por pessoas ligadas ao esporte, assim como foi em Londres e no Rio. Isso ajuda"

Sobre a crise econômica que afeta a Espanha atualmente, Zabell disse que confia numa recuperação rápida. Segundo ela, nenhuma crise espanhola durou mais de oito anos. Não será diferente desta vez. "Não vamos receber os Jogos hoje, mas em 2020", afirmou ela. "Estaremos recuperados."

Já Tóquio promete uma Olimpíada "high-tech". Masato Mizuno, presidente do comitê de candidatura da cidade, disse que o Japão é o país da tecnologia e recuperação. Passou por um tsunami e um terremoto em 2011, mas já está pronto para organizar uma Olimpíada até 2020.

"Nós somos o país da eficiência. Queremos fazer uma Olimpíada que será um exemplo para o século XXI", disse Mizuno, que largou a presidência da companhia Mizuno para cuidar da candidatura da capital japonesa. "Faremos uma Olimpíada focada nos atletas."

Mizuno disse que, em Tóquio, os competidores terão as melhores condições para disputar suas provas. A maioria os estádios e ginásios estarão em uma só área da cidade. Assim, não haverá risco de congestionamentos e atrasos para as competições.

Segundo Mizuno, o Japão espera gastar US$ 9 bilhões para se preparar para a Olimpíada. Metade desse dinheiro já está em um fundo olímpico que poderá ser usado caso a cidade seja mesma escolhida como a sede dos Jogos de 2020.

A decisão do COI sobre o assunto será divulgada em setembro de 2013.