Brasil leva 25 medalhas em torneios de 2013 e vira top 8 rumo à Rio-2016

Renan Rodrigues e Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

O Brasil está a exatamente mil dias de receber a sua primeira Olimpíada, e a preparação de grande parte dos atletas que vão competir no evento já começou. Aliás, não só começou, como já mostra seus primeiros resultados. Neste ano, o primeiro do ciclo dos Jogos de 2016, esportistas brasileiros conquistaram 25 medalhas internacionais em modalidades que estarão no programa e colocaram o país rumo a atingir sua meta para a Rio-2016: terminar o evento no top 10 do quadro geral de medalhas.

O número de conquistas de 2013 é inédito para o início de uma preparação para os Jogos Olímpicos. Ele leva em consideração apenas medalhas ganhas do início de janeiro ao início de novembro, mas já é superior à quantidade de conquistas do início dos últimos três ciclos de preparação olímpica. Em 2001, o Brasil conquistou sete medalhas; em 2005, 11; em 2009, nove.

A quantidade de medalhas obtidas em 2013 pode até ser ampliada nos últimos meses do ano já que três campeonatos mundiais ainda serão disputados (ginástica de trampolim, vela classe laser e handebol). Mesmo assim, se ela for mantida na Rio-2016, seria suficiente para deixar o Brasil em oitavo lugar, de acordo com um monitoramento mantido pelo COB.

O comitê olímpico contabiliza o número de medalhas conquistadas pelo Brasil e países concorrentes em todos os campeonatos mundiais de modalidades olímpicas. Com isso, acompanha medalha a medalha a preparação da equipe de atletas brasileiros para a próxima edição do evento esportivo, que começa em 5 de agosto de 2016.

No balanço do COB, com 25 medalhas, o Brasil aparece à frente do Japão e da Coreia do Sul num quadro de medalhas hipotético. Ambos países obtiveram 24 medalhas neste ano. O Brasil também fica à frente de Hungria e Itália, que já conquistaram 23 e 22 medalhas em campeonatos mundiais de modalidades olímpicas neste ano, respectivamente. Todos os quatro países terminaram a Olimpíada de Londres, em 2012, à frente do Brasil no quadro geral de conquistas.

Nos jogos Olímpicos do ano passado, o Brasil conquistou 17 medalhas (maior número da história) e terminou como o 16º país com mais conquistas, no quadro geral. Levando em conta pesos diferentes para medalhas de ouro, prata e bronze, o país apareceu pior: 22º. Os resultados do início da preparação para a Rio-2016, entretanto, já levam dirigentes e membros do governo a projetarem uma melhor qualificação nos Jogos do Rio.

"Em termos de resultados, este é o melhor ano pós-olímpico do Brasil. Isso não é garantia de medalhas para 2016, mas mostra que estamos no caminho para atingir a meta de terminar os Jogos 2016 entre os 10 primeiros colocados no quadro geral de medalhas", disse Marcus Vinicius Freire, diretor-executivo de esportes do COB.

O secretário nacional do Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser, ratifica o discurso de Freire. Leyser comanda uma equipe que também monitora os resultados de atletas brasileiros em sua preparação para a Olimpíada de 2016. Para ele, os bons resultados de 2013, são um indicativo para uma melhor colocação na Olimpíada do Rio.

"Na nossa conta, precisaremos de algo entre 23 e 30 medalhas para estarmos entre os dez melhores países no quadro geral em 2016", afirmou ele, em entrevista ao UOL Esporte. "Com as 25 medalhas que conseguimos neste ano, estaríamos lá. De todo jeito, continuaremos investindo para atingirmos nossa meta na Rio-2016".

Investimento e preparação
Só o governo federal pretende aplicar R$ 2,5 bilhões na preparação de atletas brasileiros até 2016. Na preparação para a Olimpíada de Londres, o investimento foi R$ 1 bilhão menor.

A maior parte desse dinheiro adicional será dedicada a atletas e seleções. São cerca de R$ 690 milhões disponibilizados por meio de patrocínio de estatais e convênio com federações esportivas para melhorias das condições de treinamento dos esportistas. Os próprios atletas também ficam diretamente com uma parte desse dinheiro já que alguns deles recebem o chamado Bolsa Atleta do governo federal.

O programa de auxílio aos esportistas, aliás, também foi ampliado visando os Jogos no Rio. Ganhou uma categoria especial, o Bolsa Pódio, dedicada só a oferecer uma renda mensal a atletas com chance real de medalha na Olimpíada.

Em 2013, 65 esportistas, de cinco modalidades já aderiam ao programa. Mais 40, de outras oito modalidades, devem começar a receber a bolsa nos próximos meses. Os valores variam de R$ 5 mil a R$ 15 mil.

Leyser explicou que a adesão de cada atleta ao Bolsa Pódio depende da aprovação pelo governo de um plano de preparação visando à Rio-2016. Esse plano é estruturado junto com o COB, que também investiu para ampliar seu apoio aos esportistas.

O comitê olímpico contratou técnicos estrangeiros para treinar equipes, comprou novos equipamentos esportivos e investiu em pesquisa para melhorar o rendimento dos atletas. O COB também será beneficiado com a aplicação de R$ 310 milhões do plano Brasil Medalha na reforma ou construção de 21 centros esportivos do país.

"As primeiras obras em centros de treinamento começam a ser entregues no primeiro semestre do ano que vem. As obras mais complexas serão entregues em 2015." complementou Leyser. "Não temos nada atrasado. O que vai ser entregue depois, foi planejado para ficar pronto depois."

Paraolímpicos
Entre essas obras consideradas mais complexas pelo governo está a construção de um centro de treinamento de esportes paraolímpicos em São Paulo. Os Jogos Paraolímpicos Rio-2016 começam em 7 de setembro de 2016. A preparação dos atletas também já começou e a meta de medalhas é ainda mais ousada: terminar entre os cinco melhores no quadro geral.

Em 2012, o Brasil terminou os Jogos Paraolímpicos com 43 medalhas. Ficou em oitavo levando em conta o número total de conquistas e em sétimo no quadro que dá mais peso ao ouro.

Só em 2013, atletas paraolímpicos brasileiros já conquistaram 70 medalhas em campeonatos mundiais. Foram 29 de ouro, 19 de prata e 22 de bronze. "Temos condição de atingir nossa meta também nos Jogos Paraolímpicos", disse Leyser.

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