Quando o Rio de Janeiro conquistou o direito de sediar os Jogos-2016, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que aquele era "talvez o momento mais emocionante de sua vida", colocando a situação próxima ou acima das duas eleições para presidente da República. Foi uma reação similar a do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que disse que a escolha de Tóquio para ser sede dos Jogos de 2020 pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) foi seu momento de maior emoção, acima de sua eleição.

Político do Partido Liberal Democrático, ele assumiu o cargo em dezembro de 2012. Assim como Lula, teve participação fundamental na reta final da candidatura japonesa. Foi ele que tomou à frente das explicações sobre o risco de Fukushima, afirmando que poderia conter qualquer tipo de radiação já tinha sido bloqueado e estava em níveis mínimos. Ainda assim, prometeu medidas adicionais. Lula fez campanha aberta com membros do COI, e um discurso decisivo na apresentação brasileira.

Ao vencer, o japonês admitiu que teve que segurar a emoção e lembrou da infância, quando vivenciou os Jogos de 1964.

"Falei de 1964, mas tinha 10 anos. Estava fascinado (pelos Jogos), mas várias crianças tiveram sonhos e aspirações de ganhar uma medalha. Esta é a ambição, nem todos conseguem. Quando soube do resultado, fiquei emocionado e foi maior do que na minha eleição. Foi uma impressão maior do que minha eleição. COI nos deu uma grande oportunidades porque teremos esperança e sonhos", descreveu Abe.

Ele prometeu investir mais dinheiro em um programa para o esporte do futuro, com o incentivo de viagens para japoneses para o exterior para atuar como instrutores do esporte. Ressalte-se, Abe não chorou, pelo menos, não em público.