COI muda direção e escolhe Tóquio para sediar Jogos Olímpicos de 2020

Rodrigo Mattos

Do UOL, em Buenos Aires (Argentina)

Tóquio será a sede da Olimpíada 2020. Na votação deste sábado, em Buenos Aires, os japoneses derrotaram na final Istambul. Essa decisão do COI (Comitê Olímpico Internacional) representou uma mudança no ciclo de procurar novas fronteiras para grandes eventos, já que, desta vez, optou-se por uma cidade segura, com um dinheiro garantido já na conta. A cidade japonesa bateu Istambul por 60 votos a 36 na segunda rodada - Madri havia sido eliminada na etapa anterior.

Será a segunda vez na história que Tóquio receberá os Jogos, sendo a primeira em 1964. Naquela ocasião, era um marco da definitiva recuperação do país após a Segunda Guerra Mundial, quando, cerca de vinte anos antes, houve a devastação de duas cidades por duas bombas nucleares.

Desta vez, a candidatura apostou em um baixo investimento que totaliza US$ 7,8 bilhões cerca de metade da proposta carioca para os Jogos, que era de US$ 14,4 bilhões em valores de 2008. Isso porque os japoneses alegam já terem a infraestrutura de transporte e de outros itens para realizar o evento. O dinheiro será gasto apenas com uma parte das instalações esportivas, já que o restante está pronta, e com a Vila Olímpica.

Os Jogos serão concentrados na área do porto do Tóquio, sendo que a intenção é que a maior parte das competições ocorram em um raio de apenas 8 quilômetros dentro da área central da cidade. Já existe um fundo, criado em 2009, de US$ 4,5 bilhões para financiar as obras necessárias para a nova cidade olímpica.

Tóquio fez a melhor das apresentações das concorrentes em Buenos Aires, e respondeu aos questionamentos de itens críticos. Ou seja, sob o ponto de vista técnico, esteve melhor do que Madri e Istambul.

A cidade japonesa mostrou sua forte base financeira e a garantia de que vai entregar os Jogos, como repetiu seguidamente por meio de seus representantes. Além de bem estruturada, a candidatura japonesa desta vez exibiu inédito bom humor, contando histórias singulares como a da atleta paraolímpica Mami Sato, que perdeu uma perna e depois ainda sofreu com o acidente nuclear de Fukushima. Ela relatou isso rindo, valorizando a superação.

Foi justamente o problema na usina que apareceu como ponto fraco para os japoneses. Mas o primeiro-ministro do país Shinzo Abe foi enfático ao negar qualquer possibilidade de ameaça para Tóquio. Afirmou que o problema foi bloqueado, que não há nenhum nível medido significativo de radiação, e que tomará ainda mais medidas preventivas. Suas explicações foram detalhadas e ele pediu aos membros do COI que leiam além das manchetes, o que parece tê-los convencido afinal.

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