Atlético se acerta com Coritiba e deve jogar Libertadores no Couto Pereira

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

  • Gustavo Oliveira/Site Oficial CAP

    Atlético e Coritiba chegaram a um acordo e Furacão receberá Santos no Couto

    Atlético e Coritiba chegaram a um acordo e Furacão receberá Santos no Couto

O Coritiba deve alugar o Estádio Couto Pereira para o Atlético Paranaense mandar seu jogo contra o Santos, pelas oitavas de final da Copa Libertadores, na quarta-feira dia 5 de julho. O Atlético tem até o fim desta sexta (23) para oficializar à Conmebol. O valor estimado pelo aluguel gira em torno de R$ 250 mil a R$ 300 mil, incluídas despesas de manutenção.

O Atlético alugou a Arena da Baixada para a FIVB (Federação Internacional de Vôlei) para a realização das finais da Liga Mundial de Vôlei de 4 a 8 de julho, mesmo período do jogo com o Santos. Sem estádio, o clube reviveu o drama da decisão da Libertadores de 2005, quando não pôde encarar o São Paulo em sua Arena e ouviu a negativa do Coritiba em alugar seu campo, baseado num laudo de capacidade inferior a 40 mil lugares. Desta vez, porém, deve conseguir manter o jogo em Curitiba. Um contrato firmado entre os clubes em 2015, e que resultou na criação do pool com Santos, Palmeiras e Bahia, dá suporte para que o jogo acontecerá no Alto da Glória.

A decisão partiu do G5, o colegiado que preside o Coritiba, capitaneado pelo presidente Rogério Portugal Bacellar. O Atlético procurou o Coxa no início da semana com a proposta, que dividia o G5, por conta da pressão do Conselho Deliberativo alviverde que não queria que o rival jogasse no estádio e chegou a entregar um manifesto ao presidente Bacellar, que tinha por estatuto a decisão final. O Coxa chegou a iniciar uma reforma em seu gramado para o período, mas a chance de faturamento vem pesando mais. A definição, porém, deve acontecer na tarde dessa sexta (23). Dirigentes do Coritiba estão sendo pressionados por torcedores para não alugar o estádio.

Diretores do Coritiba alegam, ainda, que a reforma do gramado levará o Coritiba para a Arena num futuro próximo, já no mês de julho, possivelmente no jogo contra o Sport, dia 10. Agora com quase 24 mil sócios, a Vila Capanema deixou de ser uma opção. A lógica é a mesma que dá preferência aos atleticanos pelo Couto Pereira, além da exigência da Conmebol. As opções pensadas não comportariam os sócios do Furacão, também estimados em cerca de 24 mil pessoas.

A decisão também faz parte de um acordo mútuo entre os clubes, firmado em 2015, para que negociem juntos cotas de TV e patrocínios. Parceiros fora de campo, a dupla Atletiba prevê também a troca de aluguéis dos estádios em casos de necessidade como essas. Ao todo, o valor se aproxima de quase 10% da folha mensal do Coxa. Para efeito de comparação, se considerada a primeira fase do Campeonato Paranaense deste ano, o Coritiba não arrecadou em bilheteria o que arrecadará com o jogo da Libertadores em seu estádio, menos de 200 mil reais, excetuando-se o jogo final contra o próprio Atlético.

Recentemente, o Coritiba teve um pedido de crédito de R$ 5 milhões negado na Caixa Econômica Federal e ainda investiu R$ 3 milhões na compra de Matheus Galdezani. A oferta do Atlético foi debatida à exaustão na cúpula coxa-branca, que optou por aceitar e faturar com o jogo do rival. Recentemente, o Paraná Clube atuou contra o Atlético-MG no Couto Pereira apenas pelos custos de manutenção, em um acordo de reciprocidade pelo uso da Vila Capanema no Brasileirão 2016.

Internamente, Bacellar tem a seu favor o argumento de que não está emprestando o estadio, mas sim alugando, prerrogativa que lhe é dada por estatuto para eventos isolados. O clube calculou danos de imagem e avaliou que o momento é de compreensão por parte do torcedor, por conta dos custos de se manter um time competitivo. Da mesma maneira, o Atlético considera internamente uma vitória no relacionamento com seus sócios a manutenção do jogo em Curitiba, em um estádio que pode abrigar todo o contingente associativo.

O Atlético foi mandante de partidas no Couto com frequência até meados dos anos 90. Em 1999, inaugurou a Arena da Baixada. De lá para cá, enfrentou o São Paulo (4 a 2) como mandante no estádio coritibano em 1999, fez partidas de portões fechados contra Figueirense e Fortaleza (ambos 0 a 0) para cumprir uma punição em 2005 e encarou o Grêmio pelo Brasileirão em 2015, perdendo por 1 a 2, na última vez em que atuou como mandante no Couto Pereira.

Já o Couto Pereira voltará a receber uma partida pela Libertadores após 13 anos. A última foi no dia 13 de abril de 2004, uma vitória do Coritiba sobre o Sporting Cristal-PER por 2 a 0. No ano passado, o Couto iria receber a finalíssima da Copa Sul-Americana entre a Chapecoense e o Atlético Nacional-COL. Sem um estádio com a capacidade mínima exigida de 40 mil pessoas pela Conmebol, a Chape se acertou com o Coxa para mandar a partida em Curitiba, mas o jogo não aconteceu por conta do acidente aéreo que vitimou 71 pessoas da equipe de Chapecó.

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