Vaiado no Japão, técnico do Chelsea usa boliche e carta para ganhar confiança no clube
Bruno Freitas
Do UOL, em Yokohama (Japão)
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Ian Kington/AFP Photo
Benítez enfrentou protestos em jogos do Chelsea na Inglaterra e agora no Japão
Um detalhe destoa na satisfação da torcida do Chelsea de participar do Mundial de Clubes da Fifa. Na última quinta-feira, durante a classificação para a semifinal, o técnico Rafa Benítez foi vaiado pelos ingleses que viajaram até o Japão, em repetição de cena já vista recentemente em jogos da equipe no Campeonato Inglês.
Para enfrentar o processo de rejeição da torcida e conquistar a confiança do elenco, Benítez tenta apostar em iniciativas extra esportivas, como uma noite de boliche com os jogadores e uma carta pública endereçada à torcida.
BENÍTEZ JÁ ENFRENTOU CENI E MAZEMBE
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A decisão com o Chelsea no domingo é a terceira de Rafa Benítez no Mundial de Clubes da Fifa. O espanhol esteve pela primeira vez no torneio em 2005, quando o Liverpool foi derrotado pelo São Paulo por 1 a 0, com gol de Mineiro e boa atuação de Rogério Ceni. Na oportunidade, Rafa Benítez decidiu permanecer no Japão para a final mesmo sabendo da morte do pai horas antes. O título de Benítez no Mundial veio com a Inter de Milão cinco anos depois. A equipe do espanhol passou sem dificuldades na decisão pelo Mazembe, que havia batido o Inter de Porto Alegre na semifinal. |
Com passagem vitoriosa pelo rival Liverpool, Benítez chegou ao Chelsea para substituir o ídolo Roberto do Matteo, ex-jogador do Chelsea e técnico campeão da Liga dos Campeões 2012. No cenário de rejeição ao treinador, a torcida azul não esquece declarações passadas do comandante em instantes de rivalidade com o espanhol em seu antigo clube.
"Rafa, você não é bem-vindo", dizia uma faixa exposta nas arquibancadas do estádio Nissan, em Yokohama, durante a vitória inglesa por 3 a 1 sobre os mexicanos do Monterrey. Outra mensagem na arena descrevia o técnico demitido Roberto Di Matteo como uma "lenda do Chelsea".
Benítez foi contratado no lugar de Di Matteo com o caráter oficial de interino, inicialmente com cargo válido até o desfecho da temporada europeia, na metade de 2013. Na chegada o espanhol não conseguiu tirar o time de Londres da série de resultados instáveis, mas mesmo assim resolveu firmar um compromisso com a torcida através de carta, dizendo que chegou a Stamford Bridge para brigar por troféus.
É sabido que os jogadores adoravam Di Matteo, por isso o sucessor Benítez tem se esforçado para agradar o elenco e conquistar a amizade dele. Em uma destas inciativas, o treinador levou o grupo para jogar boliche em Yokohama na noite da última terça-feira, dois dias antes da estreia no Mundial da Fifa.
Os jogadores do elenco admitem a pressão sobre Benítez, especialmente depois da recente eliminação do Chelsea na Liga dos Campeões da Europa, ainda na fase de grupos, em cenário de dificuldade herdado da 'era Di Matteo' [o campeão ficou atrás de Juventus e Shakhtar Donetsk em sua chave]. O espanhol Fernando Torres, que já havia trabalhado com o técnico no Liverpool, diz que as críticas tendem a se dissipar se as vitórias reaparecerem.
"[O time] está seguro em relação a isso. À medida que os resultados que esperamos acontecerem isso vai ser esquecido. É compreensível que aconteça", declarou Fernando Torres após a vitória do Chelsea na semifinal do Mundial de Clubes.
O Chelsea decide o Mundial de Clubes neste domingo, às 8h30 (de Brasília), em confronto com o Corinthians. Os campeões da Europa lutam por seu primeiro troféu no torneio da Fifa, enquanto que os brasileiros tentam bicampeonato.
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