Ex-santista Vagner diz que título brasileiro de 95 do Botafogo foi armado

Renan Prates

Do UOL, em São Paulo

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Ex-Ceará, Goiás, Boca Juniors, Corinthians e Inter, Iarley tem fábrica de panelas em Fortaleza Imagem: Daniel Bouchinha/Divulgação Inter

Vagner Rogério Nunes foi um polivalente futebolista brasileiro que atuou em alguns dos principais clubes do país nos anos 90. Hoje com 40 anos e trabalhando no ramo imobiliário e de segurança, ele relembrou alguns momentos da carreira e mostrou irritação ao falar sobre o título brasileiro conquistado pelo Botafogo em 1995 contra o Santos, time em que atuava na época.

Vagner não teve dúvidas em dizer que o título conquistado pelo Botafogo foi armado. Ele colocou uma briga entre o presidente da CBF na época, Ricardo Teixeira, e Pelé, que ocupava um cargo diretivo no Santos, como motivo para o clube ser prejudicado.

Na entrevista que concedeu ao UOL Esporte, Vagner contou que não pôde jogar a partida de volta contra o Botafogo no Pacaembu por ter sido suspenso dias antes da realização do duelo. "Fui suspenso na sexta antes da decisão, uma coisa inédita. Cumpri suspensão de um jogo contra o Flamengo no Maracanã no segundo turno. Não me deixaram jogar", disse o ex-jogador.

"Foi tudo armado, estava na cara, é obvio. Faz parte do futebol. Naquela época, existia a briga entre o Ricardo Teixeira e o Pelé, o que dificultava muito. Fui julgado, o Tribunal fechou, ali não teve nem chance de conseguir recurso. Mas o pessoal não fez muita força porque naquela época quem entrava dava conta do recado, não caía a qualidade do time", complementou.

Confira os principais trechos da entrevista:

Relação com a imprensa

"Costumo dizer o seguinte. Poderia respeitar mais vocês da imprensa. Sabia que jogava bem, você está entendendo? Não me considerava insubstituível, mas corria, colocava a bunda no chão. Faltou mais relação com vocês da imprensa. Não só no Brasil como lá fora"

Indignação com reserva da seleção

"O Leomar e o Rochemback eram titulares, e estava eu Vampeta no banco. Pelo amor de Deus! Você jornalista sabe que você é melhor que teu companheiro de profissão".

"Não tem lógica. Com todo respeito ao Rochemback e ao Leomar, mas pelo amor de Deus! É só pegar meu currículo clubes joguei minha media fui história celta mais fez gol

"O Leão me convocou só para encher linguiça. Tenho recorte de jornal da época. A maioria que ele convocou era contestado".

Problemas de comportamento na Roma?

"Mentira. Não foi nada disso. Isso é mentira. Queria jogar de titular. Foi a primeira vez que tive oportunidade de sair para um time estrangeiro. Costumava jogar todos os jogos de titular, e na Europa não é assim, tem grupo. Um joga mais do que o outro, mas existe revezamento. Logo em seguida surgiu a oportunidade de voltar no Centenário do Vasco, aí falei: pô, teve a contratação do Edmundo, nomes de peso, tinha um projeto, e eu fui. Não faltava ao treino, não brigava. Só ficava no banco e às vezes não era nem convocado" 

Temperamento explosivo

"Não era baladeiro. Dentro de campo via a bola como um prato de comida. Brigava pelo clube. Não tinha problema com companheiros de equipe, não tinha problema com treinador entendeu? Não tinha relacionamento bom com a imprensa. O que é polêmico? Cara que briga com treinador é polêmico, cara que vai para a noite. Mas isso ninguém podia reclamar de mim. Era o primeiro chegar e o primeiro a sair. Não ficava fazendo média. Fazia o que tinha que fazer e saía"

Lesões encurtaram carreira

"Hoje estou com 40 anos. Parar com 30 para 31 com certeza é precoce, até porque almejava jogar a Copa do Mundo, tinha possibilidade de participar. Poderia não conquistar, mas participar. A contusão vem do dia para noite. Tem que tocar a vida de outra forma. A vida continua né. Dou graças a Deus que consegui dar sequência"

Críticas a Levir Culpi no São Paulo

"Não fiquei magoado com o Levir. Tive proposta do Corinthians, de vários clubes, e optei por voltar para a Europa, até porque eu era mais eu do que ele. Sou privilegiado por jogar em vários clubes. Com 90% dos técnicos eu aprendi muito. O único treinador não passou nada como profissional nem como homem e atleta foi o Levir. Trabalhar com estrela é fácil. Trabalhar com quem não sabe nada é fogo. Ele pegou o São Paulo montadinho pelo Carpegiani, não teve mérito nenhum".

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