Os operários das obras do Parque Olímpico do Rio-2016 e da Vila Olímpica paralisaram o trabalho nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro. O protesto começou no início do primeiro turno de trabalho das obras, por volta das 6h da manhã. 

Segundo os operários da obra, mais de sete mil trabalhadores estão com os braços cruzados. Ninguém trabalhou.

Os trabalhadores querem que o Sindicato da Construção Pesada do Rio passe a os representar. Hoje, quem participa das negociações entre empresas e operários é o Sindicato Construção Leve. Para os operários, isso está errado.

"O Parque Olímpico é uma obra enorme. O maquinário, tudo o que a gente usa para o trabalho é de construção pesada", afirmou Cícero Lucas, bombeiro hidráulico. "O Sindicato da Construção Pesada sempre representou melhor o trabalhador."

"Queremos ter o mesmo aumento de quem trabalha na construção pesada", complementou o ajudante Gerson do Nascimento de Almeida. "Nos ofereceram 9% de reajuste. A construção pesada está lutando por aumento de 15%."

O Parque Olímpico é a principal estrutura dos jogos do Rio de Janeiro, e a Vila Olímpica é onde os atletas vão ficar hospedados em 2016.

O UOL Esporte entrou em contato com o consórcio Rio Mais, responsável pelo Parque Olímpico. A empresa informou que cumpre a convenção coletiva e já chegou acordo com o sindicato que representa os operários, o qual vigorará por 12 meses. Segunda a Rio Mais, o trabalho será retomado na sexta

Trabalhadores, entretanto, disseram ao UOL farão uma assembleia antes do início do primeiro turno de trabalho. Para eles, o acordo que a Rio Mais fechou com o sindicato não os atende. Por isso, eles não pretendem voltar ao trabalho.

A EOM (Empresa Olímpica Municipal), que monitora as obras olímpicas no Rio, não vai se pronunciar sobre a paralisação. 

Ainda nessa semana, operários que trabalham na obra da Transcarioca também fizeram paralisações no Rio de Janeiro. Eles reclamam que não receberam salários do mês de março corretamente, pois tiveram desconto além do devido.

A Transcarioca é a única obra de mobilidade urbana do Rio de Janeiro para a Copa do Mundo de 2014, e ficará como legado para os Jogos Olímpicos de 2016.

*Atualizada às 16h40