CR7 arranca classificação de Portugal às oitavas da Euro; Islândia faz história

Décines-Charpieu, França, 22 Jun 2016 (AFP) - A seleção portuguesa garantiu a vaga nas oitavas de final da Eurocopa no sufoco, ao empatar em 3 a 3 com a Hungria, nesta quarta-feira, em Lyon, com grande atuação de Cristiano Ronaldo, que se tornou o primeiro jogador a deixar sua marca em quatro edições do torneio.

Na outra partida válida pelo grupo F, a Islândia também fez história ao se classificar para as oitavas em sua primeira participação no torneio, com vitória por 2 a 1 sobre a lanterninha Áustria.

A classificação final da chave contrariou todas as expetativas. Os azarões Hungria e Islândia terminaram empatados na ponta, com os mesmos cinco pontos, e os húngaros terminaram em primeiro lugar por levar a melhor no saldo de gols.

CR7 e companhia avançam sem ter vencido um jogo sequer, com três pontos, o suficiente para ficar entre os quatro melhores terceiros colocados, por ter saldo superior a Albânia (grupo A) e Turquia (grupo D).

Um desfecho inesperado, depois de uma última rodada completamente louca, com reviravoltas e suspense até o fim.

Muito pressionado depois do pênalti perdido contra a Áustria (0-0), Cristiano comandou a reação portuguesa, que chegou a ficar três vez atrás do marcador, mas arrancou o empate com dois gols e uma assistência do astro do Real Madrid.

"Foi um jogo meio louco, com muitos gols. Três vezes, pensamos que seríamos eliminados, mas conseguimos voltar", resumiu CR7.

No total, o astro luso soma oito gols em Eurocopas, dois em 2004, um em 2008, três em 2012 e os dois anotados nesta quarta-feira.

O três vezes melhor do mundo ainda bateu outro recorde, tornando-se o jogador que mais atuou no torneio, com 17 partidas, uma a mais que o francês Lilian Thuram e o holandês Edwin Van der Sar.

Na última edição da Euro, o astro também passou em branco nos dois primeiros jogos, antes de balançar as redes duas vezes na vitória por 2 a 1 sobre a Holanda que garantiu a classificação.

"Teríamos gostado de terminar na liderança, mas tivemos o mérito de nos classificar. Cristiano precisa fazer gols porque é um vencedor. Ele joga na frente e se nutre de gols", comentou o técnico português Fernando Santos.

- Garra Magyar -Jogando de verde, a seleção portuguesa foi surpreendida logo aos 19 minutos de jogo, com um belo gol de Zoltán Gera, que recebeu na entrada da área, dominou no peito e acertou um lindo chute de canhota no cantinho do goleiro Rui Patrício.

CR7 quase empatou com cobrança de falta aos 28, mas o veterano Gabor Kiraly, de 40 anos, conseguiu espalmar para escanteio.

O craque do Real acabou sendo decisivo no primeiro gol português da partida, com ótima enfiada de bola para Nani deixar tudo igual aos 41.

Tudo indicava que Portugal iria buscar a virada depois do intervalo, mas faltava combinar com os húngaros.

A seleção do leste Europeu está muito longe do nível dos gloriosos antecessores da 'Magia Magyar' da década de 1950, mas mostraram uma garra incrível, além de contar com a sorte, com dois gols em chutes desviados de Balazs Dzsudzsak.

O meia fez 2 a 1 logo aos 2 minutos da etapa final, em cobrança de falta que resvalo em André Gomes, enganando o goleiro Rui Patrício.

Foi na hora do aperto que brilhou a estrela de Cristiano Ronaldo. Três minutos depois, o craque apareceu na área para marcar um golaço de letra, após receber cruzamento rasteiro de João Mário.

Ao se tornar o primeiro jogador a balançar as redes em quatro edições da Euro, CR7 pensou que tinha feito o mais difícil, mas Dzsudzsak voltou a aprontar logo aos 10, em outro chute desviado, dessa vez por Nani. Hungria 3, Portugal 2.

O resultado eliminava os lusos, mas enquanto há Cristiano, há esperança. O gajo salvou a pátria mais uma vez aos 17, ao cabecear para as redes em cruzamento de Quaresma, que acabava de entrar, no lugar de André Gomes.

Nesse jogaço de tirar o fôlego, Akos Elekv ainda deu um susto na torcida portuguesa dois minutos depois, mas seu chute bateu na trave. A classificação portuguesa foi por um triz.

"Foi uma partida fantástica, contra uma equipe de classe mundial. Podemos ficar muito orgulhosos. Fiz dois gols, mas foi tudo graças ao trabalho de equipe", comemorou Dzsudzsak.

- Gol islandês no fim -Enquanto isso, no Stade de France, as redes balançaram 'apenas' três vezes, mas houve emoção até o fim.

Pouco antes de Gera abrir o placar para os húngaros em Lyon,Jon Dadi Bödvarsson deixou os islandeses na frente, ao pegar a sobra de um desvio de cabeça de Arnason.

Aos 36, Dragovic perdeu a chance de empatar ao bater um pênalti na trave, mas a Áustria deixou tudo igual aos 15 da etapa final, em linda jogada individual de Schopf.

O resultado ainda classificava a Islândia, como terceira colocada da chave, mas Arnór Ingvi Traustason garantiu a vitória nórdica nos acréscimos.

Um gol histórico que deixou a seleção do pequeno país de 330.000 habitantes à frente de Portugal.

"Mais de 10.000 pessoas vieram da Islândia, é incrível. Nos sentimos em família, porque conheço a metade dos nosso torcedores que estavam no estádio hoje", brincou Arnason, que foi eleito melhor jogador da partida.

"É impossível descrever isso tudo, conseguir essa façanha com meus melhores amigos", se emocionou o zagueiro.

Nas oitavas, os islandeses terão pela frente a tradicional Inglaterra, na segunda-feira, em Nice, enquanto Portugal medirá forças com a Croácia, no sábado, em Lens.

"Sempre torcia pela Inglaterra, enfrentar essa equipe será um sonho realizado", comentou Arnason.

Já os Húngaros terão pela frente o segundo colocado do grupo E, que será conhecido mais tarde nesta quarta-feira, com Bélgica, Suécia e Irlanda lutando pela vaga.

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