Brasil exagera nos erros e firulas, empata por 0 a 0 com a Venezuela e ouve vaias
Carlos Padeiro
Em La Plata (Argentina)
-
Danilo Verpa/Folhapress
Neymar disputa a bola com adversário venezuelano no frustrante 0 a 0 da estreia
Desde o início, a partida parecia fácil tamanho era o domínio do Brasil. O tempo passou, os comandados de Mano Menezes exageraram nas firulas e nos erros e o pior aconteceu. Um frustrante empate por 0 a 0 com a Venezuela, na estreia da Copa América, em La Plata, na Argentina. Ao término do confronto, na tarde deste domingo, vaias da torcida.
Assim, a equipe pentacampeã mundial pela primeira vez na história deixa o campo sem vencer os venezuelanos, tradicionais fregueses, pelo torneio continental. Repete o desastre que foi o debute dos anfitriões argentinos na Copa América e intensifica a desconfiança gerada pelas exibições recentes, nos amistosos contra Holanda e Romênia.
ANÁLISE DOS BLOGUEIROS
| Juca Kfouri: Sim, é verdade que até de Honduras o time do Felipão perdeu para depois ser campeão mundial. Mas o começo de Mano é pior que o começo de Dunga Leia o post na íntegra |
| Vitor Birner: Contragolpe ruim impede a Venezuela de vencer inofensivo Brasil Leia o post na íntegra |
| Bruno Voloch: Goleiro da Venezuela, Renny Vega, foi mero espectador, assim como Júlio César Leia o post na íntegra |
| Ricardo Perrone: Tropeço da seleção anima órfãos de Mano no Corinthians Leia o post na íntegra |
O quarteto ofensivo formado por Ganso, Robinho, Neymar e Pato pouco funcionou. Robinho foi quem teve a pior atuação e mais uma vez sofreu com as cobranças dos torcedores.
NEYMAR IRONIZA BRONCA DE TÉCNICO
-
O técnico da Venezuela, César Farias, foi o pivô de uma confusão generalizada no intervalo da partida contra o Brasil. Ele foi tirar satisfações com Neymar porque o atacante não jogou a bola para fora em lance aos 45min do primeiro tempo, quando Fedor estava caído no gramado pedindo atendimento. O brasileiro seguiu com o lance e quase abriu o placar da partida.
A partida foi marcada por fatos inusitados. Antes de a bola rolar, os jogadores ficaram perfilados, porém os hinos dos dois países não foram tocados. Quando a bola rolava, no primeiro tempo, um cachorro invadiu o campo, atravessou todo o gramado, paralisou o duelo e saiu aplaudido pelos torcedores.
O domínio de bola foi total do time brasileiro. Com um ataque leve e veloz, a equipe de Mano Menezes procurou trocar passes para envolver a defesa adversária. Entretanto, exagerou no toque de bola e em alguns momentos demorou para concluir em gol.
Prova disso é que, apesar da superioridade, o primeiro chute a gol com perigo só saiu aos 27min, quando Alexandre Pato carimbou o travessão.
Apesar de Mano dizer que Robinho é um atacante, o camisa 7 se posicionou praticamente como um meia. Errou muito, perdeu um gol na cara do goleiro e, ainda no primeiro tempo, parte da torcida já começou a gritar por Lucas, revelação são-paulina no banco de reservas.
CONFIRA ALGUMAS CURIOSIDADES DOS BASTIDORES DA PARTIDA
Imprensa venezuelana veste a camisa | Atraso e sem hino | Capitão Lucimar |
No setor de imprensa, alguns jornalistas chamaram a atenção por estarem uniformizados com agasalhos da Venezuela. Muito deles sequer carregavam computadores ou microfones e pareciam torcedores infiltrados | Agendado para as 16h, a partida começou com oito minutos de atraso. Ao entrarem em campo, os jogadores de ambas seleções se posicionaram para os hinos nacionais. Entretanto, não houve a tradicional cerimônia pré-jogo. | A escalação oficial divulgada pela Comenbol antes do jogo não utilizava apelidos, apenas o primeiro nome e sobrenome de cada atleta. Lúcio, por exemplo, virou o capitão Lucimar. Robinho virou Robson, Ganso virou Paulo Lima e Pato, Alexandre Silva. |
A Venezuela em nenhum momento assustou no campo ofensivo. A primeira vez que Julio Cesar pegou na bola foi aos 34min, quando saiu bem do gol e interceptou um cruzamento, sem dificuldades.
Nos 15 minutos finais da etapa inicial, a equipe pentacampeã mundial ainda teve mais três chances claras de gol, mas pecou no arremate.
O Brasil voltou pior para o segundo tempo. Repetiu os mesmos vacilos e deixou de se aproximar do gol adversário. Aos 19min, Fred entrou no lugar de Robinho, que ouviu uma sonora vaia de todo estádio.
A substituição, porém, não surtiu efeito. O centroavante do Fluminense ficou isolado com Pato na frente, e a bola não chegou.
Os venezuelanos começaram a gostar do confronto e apareceram com mais frequência no campo de ataque. A defesa brasileira mostrou segurança e evitou o pior.
Mano tentou corrigir a alteração errado e, aos 29min, sacou Pato para a entrada de Lucas. Elano entrou no lugar de Ramires. De nada adiantou, e ataque brasileiro seguiu sem criar.
O QUE MARCOU O JOGO?
Robinho muito apagado | Dificuldade em fazer gols | Exagero nas firulas |
Importante peça ofensiva no esquema de Mano Menezes, Robinho fez mais uma partida ruim e foi vaiado pela torcida ao ser substituído por Fred. | O ataque da seleção brasileira criou oportunidades no primeiro tempo, mas não conseguiu concluir em gols mais uma vez. | Os brasileiros exageraram muito nas firulas e pecaram pela falta de um futebol mais objetivo na partida. |
VEJA OS PRINCIPAIS LANCES DA PARTIDA
|
3min – Pato recebe na área e rola para o meio. Neymar chega sozinho, mas tenta o drible ao invés de chutar e é desarmado |
27min – No travessão! Daniel Alves avança pela direita e cruza rasteiro. Sozinho na área, Pato bate de primeira, forte, e carimba o travessão |
31min – Contra-ataque para o Brasil, Ramires lança em profundidade, Pato domina, invade a área e chute. O goleiro venezuelano solta a bola, mas ninguém aparece para aproveitar o rebote. |
38min – Novo contra-ataque, Neymar arranca pelo meio e deixa Robinho na cara do gol. O camisa 7 chuta fraco, o zagueiro da Venezuela salva de carrinho e os brasileiros pedem toque de mão e pênalti. |
45min – Ganso enfia a bola nas costas da zaga para Neymar. O jovem de 19 anos tenta bater colocado, a bola desvia na zaga e vai pela linha de fundo |
|
10min – Daniel Alves acha Pato sozinho na área, mas o camisa 9 deixa a bola escapar no domínio e o goleiro venezuelano fica com ela |
18min – Arango aparece pela esquerda sozinho e chuta cruzado, para fora |